Campo de refugiados de Jabalia, em Gaza, destruído por Israel, com apoio das armas dos EUA | Foto: Mahmud Hams/AFP

Na reunião do Comitê Central do PCdoB realizada nos dias 19 e 20 de abril, a presidente nacional do Partido, Luciana Santos, falou sobre a conjuntura internacional, avaliando os principais pontos dos conflitos mundiais em curso, o papel dos Estados Unidos e a construção de blocos econômicos e políticos que delineiam um cenário de disputas num mundo cada vez multipolar.

A avaliação de Luciana Santos é de que a Otan e seus aliados, a partir da Ucrânia, buscam fazer uma guerra de aniquilamento contra a Rússia, enquanto na China, o imperialismo procura estimular movimentos separatistas, além de estabelecer cercos às fontes de suprimento chinês.

No Oriente Médio, apesar do nível de isolamento e de desgaste político e moral, Netanyahu continua sua política de extermínio e de genocídio contra o povo palestino. A presidente do PCdoB disse que, com vistas a desviar as atenções do massacre que realiza em Gaza, o premiê israelense realiza uma agressão contra o Irã, “buscando uma guerra para se manter no poder”.

Por outro lado, Luciana ressaltou que a agressão perpetrada por Israel ao Irã foi respondida com um movimento estratégico. A resposta ao ataque à embaixada iraniana foi informada com antecedência, e respondida por um esforço coordenado de vários países. “Mesmo assim os drones, misseis cruzeiros e balísticos conseguiram passar pelo escudo e atingir o território de Israel, colocando em questão a dita inquebrantável capacidade de defesa israelense. “Contudo, é imperioso que seja paralisada a escalada militar na região, que tem em Israel o principal responsável”, afirma.

Extrema-direita emerge no mundo

A presidenta do PCdoB refletiu sobre o crescimento da extrema-direita no mundo. “As razões pelas quais ela emerge são múltiplas, mas tem na crise do capitalismo de 2008/2009 um marco relevante, e fazem das redes sociais, seu principal instrumento político, ganhando adeptos, mobilizando seguidores, aprofundando a polarização no seio das sociedades. Esta é uma questão de fundo do nosso tempo, a qual temos que enfrentar sob o risco de sermos engolidos”, avalia.

Para Luciana, “embora os avanços na reconfiguração da ordem internacional sejam objetivos, os resultados desta luta ainda são incertos. De igual forma, a questão estratégica colocada continua sendo a da alternativa. Qual a alternativa para os povos? A barbárie ultraliberal do neofascismo ou o socialismo? Ainda assim, a característica principal de nossa época continua sendo de defensiva estratégica para as forças progressistas”.

Luciana avaliou os resultados das eleições pelo mundo. “A extrema direita, hoje é governo na Itália, Hungria, Polônia, Holanda. Tiveram excelentes votações na Espanha, Alemanha, Áustria e, mais recentemente, em Portugal. Nas eleições de junho para o Parlamento Europeu, as pesquisas indicam que a extrema direita deve ser a segunda força”

Ela chamou a atenção para as eleições norte-americanas. “Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos a candidatura de Trump demonstra força e vitalidade. Ele tem liderando as pesquisas e ganhado todas as eleições primárias, se bem Biden no famoso discurso a União demostrou força e condições para disputar o pleito, contudo, não será uma eleição fácil e seu resultado produzirá impactos no Brasil”