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O chefe do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Ricardo Liá, afirmou que os recursos destinados ao órgão atualmente são insuficientes para o cumprimento de suas obrigações no combate aos crimes financeiros. As informações são do site UOL. “Está difícil de a gente conseguir sobreviver, mas vamos fazer das tripas coração e tentar superar isso aí”, disse ele.

Segundo a direção do Coaf os recursos para este ano são de R$ 17,6 milhões. Quase 30% a menos do que dispunha no ano passado para despesas discricionárias (não vinculadas a gastos obrigatórios, como folha de pagamento). As informações foram dadas para uma plateia de especialistas em lavagem de dinheiro num evento realizado neste mês na Faculdade de Direito da USP, no centro de São Paulo.

Em nota, o órgão disse que “trabalha no limite”. “O Coaf, como qualquer instituição do poder público, realiza seus trabalhos no limite dos recursos, inclusive orçamentários, de que dispõe para tanto”, informou o órgão. “Não há notícias de cortes ou diminuição no montante previsto para a execução de despesas obrigatórias, dentre as quais estão aquelas relativas à folha de pagamentos de pessoal”, destacou a nota.

As atividades do Coaf são consideradas muito importantes numa realidade em que o crime organizado se especializa e vem se infiltrando cada vez mais em todas as atividades reguladas pelo Estado. Recentemente, em São Paulo, a polícia descobriu que o grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) participava até de licitações públicas, através de empresas de laranjas e obtinha serviços da prefeitura na área de transporte público. No Rio o crime organizado está mais intensamente infiltrado na estrutura do Estado. Isso ficou claro no episódio do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Fonte: Página 8